Bianca Barbosa realiza mobilidade acadêmica na Argentina pelo Programa ESCALA de Graduação
Bianca Barbosa, do Bacharelado em Engenharia de Gestão da UFABC, foi a primeira estudante a participar em formato presencial do Programa ESCALA de Graduação, promovido pela Associação de Universidades Grupo Montevideo (AUGM), na qual a UFABC é Universidade membro desde 2020.
A estudante foi selecionada pela UFABC para realizar um semestre de estudos com auxílio financeiro na Universidad Nacional del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires, instituição jovem e pública localizada na Argentina. Em 2022, com a volta das atividades presenciais tanto na UFABC quanto na maioria das universidades estrangeiras, foi possível retomar as mobilidades acadêmicas presenciais com segurança, de forma a possibilitar também a seleção de estudantes que estudarão no exterior em 2023.
Bianca e vários outros estudantes estrangeiros contaram ao Diario Democracia sobre a experiência em estudar na UNNOBA. Em depoimento à UFABC, Bianca afirma que “... gostaria que todos os alunos da UFABC tivessem a oportunidade de estudar fora por um tempo, pois com certeza nos torna melhores alunos, profissionais e pessoas. Vivi na Argentina no ano em que os hermanos ganharam a copa do mundo, e isso não tem preço! Estou à disposição para todos os alunos que queiram tirar alguma dúvida e compartilhar um pouco mais da minha experiência”.
Em depoimento completo, a estudante conta um pouco mais sobre a Universidade, as experiências acadêmicas, culturais e pessoais que viveu:
“Sobre a minha experiência, estou extremamente contente por ter vivido esses 6 meses na Argentina e com certeza superou minhas expectativas. Sempre tive vontade de participar de programas de mobilidade acadêmica pois acho que é muito importante termos interação com outros países para compartilharmos conhecimento e trazermos para nosso meio novas tecnologias e ideias. Infelizmente, no início da minha graduação, o programa "Ciências sem Fronteiras" acabou, então quando vi essa oportunidade não pude deixar de tentar. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, os argentinos gostam bastante de nós brasileiros, e eu fui muito bem recebida por eles (a rivalidade é só em relação ao futebol mesmo). Estudei na UNNOBA, a 5 horas da capital de Buenos Aires, no campus de Junín, uma pequena cidade, muito segura, bonita e onde todos se conhecem (rs). Viver em uma pequena cidade me permitiu conhecer muito bem a cultura argentina, seus costumes, e melhorei bastante o espanhol.
Eu compartilhei moradia com mais 05 estudantes de intercâmbio, Monse e Liz do Paraguai, Mathis e Elsa da França e Ana do Uruguai, fomos os primeiros intercambistas pós-pandemia. Foi minha primeira experiência morando em uma república, e apesar de nossas diferenças nos tornamos grandes amigos! Durante os feriados prolongados fizemos algumas viagens juntos para conhecer mais a Argentina, fomos a Córdoba, Carlos Paz, Bariloche, Mendoza e à capital de Buenos Aires (Argentina tem muitos feriados, rs).
Fiz muitos amigos argentinos também! Como nós, eles adoram festas e sempre nos convidavam para "asados" (churrasco, eles amam e a carne argentina é ótima), para as "prévias" (Esquenta, antes das festas), e para os "Boliches" (como eles chamam as festas e baladas), sempre tocando muito reggaeton por toda parte.
A pandemia nos trouxe algumas novidades positivas também, como a modalidade de trabalho de Home Office, o que me permitiu realizar o intercâmbio enquanto trabalhava. Meu chefe viu a oportunidade com bons olhos, me dediquei ao máximo para conciliar o trabalho e estudos e conseguir dar meu melhor em ambos. Ao final fui aprovada em todas as matérias cursadas e fui promovida :)
Além das matérias que cursei na UNNOBA, fiz aulas de espanhol promovidas por uma professora da universidade, e ao final do intercâmbio realizei a prova do CELU, o exame de proficiência de espanhol utilizado pelos países hispanohablantes da América do Sul, no qual obtive a qualificação "Intermediário Excelente", que me permite me candidatar para programas de mestrado ou doutorado futuramente.
O auxílio financeiro que eu recebi me ajudou a custear apenas a passagem aérea, que na época foi R$ 3.000 (ida e volta com uma mala de até 23kg despachada e mala de mão). Além disso, o seguro viagem de 06 meses da Allianz foi R$ 3.000, os gastos com documentos (visto, certidões em inteiro teor e autentificação) R$ 500, o valor do taxi do aeroporto Aeroparque até a rodoviária (O Aeroporto de Ezeiza é mais longe da rodoviária que o Aeroparque, recomendo o voo SP-Aeroparque) foi $ 900 pesos (mais ou menos R$ 20 reais no câmbio paralelo); e o Ônibus Buenos Aires - Junín foi $2.500 pesos (R$ 125,00).
O valor do almoço no restaurante universitário era $350 pesos por refeição (R$ 7,00), e o custo de uma refeição simples nos demais restaurantes poderia variar de $1000 à $3000 pesos. O serviço de lavanderia era $650 por Kg (valia muito a pena porque juntávamos a roupas de todas as pessoas da casa, 2x por semana, já que na casa não tinha lavadora e no frio as roupas não secavam). Ainda sobre custos, recomendo levar uns 10mil pesos argentinos do Brasil para pegar ônibus, taxi, imprevistos. O restante do dinheiro é melhor levar em Real, Dólar ou Euro, e trocar em alguma casa de câmbio na Argentina. Eles pagam no câmbio paralelo que vale o dobro. Transferências podem ser feitas pela WesternUnion também. Não recomendo usar cartões, as taxas são altíssimas e cobram no câmbio oficial, melhor andar só com dinheiro em espécie.
Por fim, só tenho a agradecer pela oportunidade e todas as pessoas que me deram suporte nesse período, em especial ao setor de Relações Internacionais da UFABC e ao do setor de Relações Internacionais da UNNOBA.”
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